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Guia do Professor

SUMÁRIO

I - ÁREAS DE ENSINO E OBJETIVOS

II - PRÉ-REQUISITOS PARA A REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES

III - TEMPO PREVISTO PARA A REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES

IV - SOBRE A UTILIZAÇÃO DOS MATERIAIS

a) Comentários sobre os procedimentos na sala de aula.

b) Comentários sobre os procedimentos na sala de informática.

V - DICAS E COMENTÁRIOS

VI - ATIVIDADES COMPLEMENTARES OU DE AVALIAÇÃO
  


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I - ÁREAS DE ENSINO E OBJETIVOS   
O presente experimento educacional é indicado para o Ensino Médio e ao Ensino de Jovens e Adultos (EJA), bem como a alunos com deficiências visuais. Podendo ser aplicado para enriquecer o estudo dos polígonos e de suas áreas, o qual é um dos mais importantes em todo sistema escolar, devido à sua aplicação no cotidiano.

As atividades podem ser aplicadas no estudo introdutório aos conceitos de Áreas e Medidas de Superfícies, pois tratam do desenvolvimento da ideia intuitiva de área, abrangendo as áreas de regiões poligonais.

O material didático compõe-se um conjunto de atividades relativas a artefatos manipulativos de baixo custo, que também são apresentadas em animações eletrônicas.

Enquanto os alunos mais velhos do EJA são motivados pela percepção visual, os alunos com necessidades visuais especiais encontram benefícios na manipulação do material concreto devidamente adaptado, por este permitir uma boa percepção das situações geométricas por meio do tato.

Vendo com as mãos


Cada artefato manipulativo consiste em uma placa retangular de madeira, ou papelão rígido, na qual se encontra desenhada uma malha reticulada. Sobre uma delas está preso um modelo de paralelogramo e, sobre a outra, o de um triângulo. Esses modelos, construídos com canudos e elásticos, permitem a emulação de movimentos contínuos e de se modificar as formas dos polígonos originais, ou seja, um dos artefatos permite visualizar a formação de modelos de paralelogramos equivalentes, o outro, de triângulos. Adaptações destes artefatos podem ser feitas a fim de serem utilizados por alunos com deficiências visuais, como se apresenta mais a seguir.

Esses materiais foram testados com alunos e professores portadores de diferentes graus de deficiência visual no Instituto Benjamin Constant do Rio de Janeiro.

Por sua vez, as animações eletrônicas exibem versões dos artefatos, permitindo uma interação dinâmica do usuário com os modelos. Mais precisamente, pela interação com o computador, as figuras poligonais (modelos de paralelogramos e triângulos) podem ser facilmente movimentadas, o que permite a formação e a visualização de outras formas poligonais equivalentes.

Objetivos das atividades

Objetivo geral

Observar triângulos, paralelogramos e trapézios (verificando ângulos e alturas) e identificar relações entre polígonos equivalentes, ou seja, o aprendiz poderá investigar e medir dimensões e, efetivamente, comprovar a invariância da medida da área frente a variações de sua forma plana. Leva-se o aluno a cogitar sobre as medidas de áreas de figuras com formas geométricas diferentes, mas que apresentam regularidades: a medida da altura (fixa), em relação à medida constante de ao menos um dos lados (ainda que este se movimente e modifique a forma do polígono).

 

Objetivos específicos

As atividades permitem ao aluno conjeturar sobre a existência de relações entre a variação de uma forma plana e de sua área, levando em conta uma base e uma altura prefixadas.

Resumidamente, os objetivos a serem atingidos com as atividades são:

  • Reconhecer formas poligonais equivalentes.

  • Aplicar o cálculo de áreas de polígonos equivalentes em diferentes situações.

  • Reconhecer aplicações do teorema de Tales.

 


II - PRÉ-REQUISITOS PARA A REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES   
Para que o educando alcance os objetivos propostos, espera-se que tenha o conhecimento apresentado a seguir:
  • Reconhecer diferentes regiões planas: triangulares, retangulares, e outras limitadas por paralelogramos e trapézios.
  • Reconhecer elementos dos polígonos elementares (alturas, ângulos e lados).

III - TEMPO PREVISTO PARA A REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES   
O tempo para realização das atividades é de 2 horas/aula.


IV - SOBRE A UTILIZAÇÃO DOS MATERIAIS   
As atividades devem ser realizadas, sempre que possível, individualmente ou, no máximo, por duplas de alunos, mas aconselha-se que eles estejam reunidos em grupos de quatro elementos.

Constatou-se que a utilização desses recursos didáticos é mais eficaz se o aluno dispuser do próprio material para a manipulação. Tal eficácia se apresenta no desenvolvimento das habilidades, principalmente a da visualização, no entanto, a troca de informações entre os alunos é importante para uma melhor aprendizagem dos conceitos tratados.

a) Comentários sobre os procedimentos na sala de aula.
    Para a realização das atividades é necessária a construção prévia de dois artefatos modeladores de formas triangulares e de paralelogramos, a qual pode ser realizada pelos alunos como uma atividade extraclasse passível de avaliação.

    • Materiais concretos a serem utilizados

    Os artefatos são construídos com: folha de papelão grosso (empregado em caixas comerciais utilizadas em embalagens) ou papelão tipo paraná (no 90), ou ainda uma chapa fina de madeira; duas folhas de tamanho A4, com o traçado de uma  malha quadriculada (com quadrados de lado de 1,5cm a 2,5cm); canudos coloridos de plástico rígido (do tipo utilizado para fixar balões de ar empregados na decoração de festas); 1m de arame rígido (com diâmetro menor do que o dos canudos); um metro de plástico adesivo; tesoura; um chumbinho (do tipo usado em pescaria) ou uma moeda pequena; um metro de elástico redondo colorido e de diâmetro menor do que o do canudo; um metro de linha grossa, resistente e colorida; uma caneta.

    Para os deficientes visuais, aconselha-se que a placa seja de material plástico e rígido, que represente uma rede quadriculada. No comércio existem placas rígidas para a forração de pisos molhados utilizadas geralmente em beiradas de piscinas e vestiários. Outros materiais que emulem uma rede quadriculada também podem ser utilizados (rede para pesca ou feitas de crochê, rede aramada etc.).

     
    ARTEFATOS MODELADORES ADAPTADOS PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIAS VISUAIS

          

    Fotos do Acervo do LEG

    Artefatos com indicações no alfabeto braille.

b) Comentários sobre os procedimentos na sala de informática.

    O ideal é que cada dupla de alunos tenha um computador à sua disposição.

    Apesar das tarefas serem autoinstrutivas, na sala de informática, alguns passos deverão ser observados:

    • Deve-se fazer com que o aluno realize todas as atividades eletrônicas após terem sido realizadas aquelas com o material concreto, ou este deve ser utilizado conjuntamente com as atividades computacionais, na ordem sugerida;


    • Durante a realização das tarefas, deve-se supervisionar o desenvolvimento das mesmas, intervindo no procedimento apenas quando solicitado, pois esse deve ficar sob a responsabilidade do aluno por meio de sua interação com o computador.
 


V - DICAS E COMENTÁRIOS   
Artefatos, outros materiais,
polígonos equivalentes e aplicações

Você, professor(a), conhecia artefatos manipulativos como os aqui apresentados?

Perceba que, a partir de materiais bem simples, conseguem-se modelos de figuras poligonais representadas a partir de movimentos, sem se, necessariamente, recorrer a recursos da geometria dinâmica, ou seja, ao computador. Nessas situações, os recursos eletrônicos ainda que importantes, são secundários.

A importância desse material didático encontra-se na sua singeleza, pois a sua simplicidade de construção e seu baixo custo são extremamente importantes para a utilização com os deficientes visuais.

Ambas as versões do artefato possibilitam introduzir a classificação de triângulos e de paralelogramos, sendo que o artefato com formas triangulares também modela alturas externas de triângulos obtusângulos. A observação dessas alturas especiais é muito importante até mesmo para professores de Matemática, pois, apesar destas atividades serem indicadas para adolescentes, tem sido observado que até mesmo licenciados, com longa experiência profissional, apresentam dificuldades frente ao reconhecimento das representações dessas alturas.

O cálculo das áreas também pode ser realizado por meio de outros materiais didáticos, como quebra-cabeças planos e geoplanos de diversos tipos. Atividades envolvendo esses recursos podem ser encontradas em, por exemplo, Kaleff, Rei & Garcia (2005) e no experimento educacional Tangrans Geométricos Especiais no site da UFF.

Os artefatos modeladores de polígonos permitem uma abordagem inicial aos polígonos equivalentes e formas geométricas equicompostas, que pode ser complementada pelo texto de Pitombeira (2008) e Boltianki (1996).

Desafios e problemas como os aqui apresentados são importantes para a introdução a situações mais gerais, relacionadas à produção, ao plantio de cereais, ao desempenho no trabalho e na utilização de mão de obra na agricultura. Essas situações possibilitam excelentes vínculos com o ensino de Ciências e de Estatística, no que concerne ao entendimento de dados. Nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) podem ser encontrados bons exemplos desses problemas. Por exemplo, em ambos os exames realizados em 2007 e 2008, as questões 35 e 36 das Provas Amarelas, exigem um bom desempenho do aluno frente ao entendimento de dados gráficos e estatísticos sobre a produtividade agrícola (de café a alimentos em geral) de uma determinada área (de regiões brasileiras e americanas), ao uso da terra e ao emprego de fertilizantes e pesticidas.


Para saber mais

    BOLTIANSKI, V. G. Figuras equivalentes e equicompostas. São Paulo: Atual, 1996.

    KALEFF, A. M. Tópicos em Ensino de Geometria: A Sala de Aula Frente ao Laboratório de Ensino e à Historia da Geometria. Rio de Janeiro: UFF/CEDERJ/UAB, 2008.

    KALEFF, A. M., REI, D. M. e GARCIA, S. S. Jogos geométricos e formas planas, 3ª ed., 1ª Reimp. Niterói: EdUFF, 2005.

    PITOMBEIRA, J. B. Três Excursões pela História da Matemática. Rio de Janeiro: InterMat, 2008.

    Site do Laboratório de Ensino de Geometria da UFF (LEG). Contém uma coleção de fotos e artigos relacionados aos materiais concretos produzidos no LEG.
 


VI - ATIVIDADES COMPLEMENTARES OU DE AVALIAÇÃO   
Após realizar as atividades, pode-se sugerir aos alunos que escrevam um relatório explicando os métodos utilizados, descrevendo detalhadamente as facilidades e dificuldades apresentadas. A partir dos relatórios individuais, pode-se avaliar a capacidade de argumentação, a lógica de raciocínio, a compreensão correta dos conceitos envolvidos, a organização, a descrição do método utilizado e, ainda, os resultados obtidos.

Pode-se propor que os alunos construam outros tipos de modeladores de polígonos para criar situações geométricas similares às aqui tratadas. Essa tarefa deverá ser realizada em dois grupos de alunos e com divisão das ações a serem desenvolvidas: um grupo fica responsável pela elaboração e confecção do artefato, o outro pela elaboração dos procedimentos para as atividades. Finalmente, os dois grupos devem trocar as ações com vistas à verificação da adequação do artefato frente às atividades elaboradas.

Essa tarefa de confecção de artefatos e suas atividades também possibilita um outro vínculo interdisciplinar, pois em conjunto com um professor(a) de Português, este poderá contribuir na elaboração da redação final das atividades.
 

Se os alunos não têm experiência com a Geometria Dinâmica, sugere-se que o professor(a) desenvolva a animação eletrônica correspondente ao artefato criado pelos alunos no ambiente C.a.R. (Régua e Compasso). Essa ação permite um excelente exercício de aproximação colaborativa entre professor(a) e aluno, cooperando para o bom andamento dos trabalhos didáticos e para a autoestima do grupo de alunos que criou o respectivo artefato. Veja mais dois exemplos de artefatos desenvolvidos no C.a.R.

  • No desenho ao lado, clique com o mouse sobre o círculo verde e arraste-o sobre o segmento de reta.

  • No desenho ao lado, clique com o mouse sobre o círculo verde e arraste-o sobre o segmento de reta.




Creative Commons License


Responsável:
 
Ana Maria Martensen Roland Kaleff.
Idealização:
 
Ana Maria Martensen Roland Kaleff e Bárbara Gomes Votto.
Programação:
 
Erick Baptista Passos e Manoel Mariano Siqueira Junior.
Revisão:
 
Ana Maria Martensen Roland Kaleff e Luana Sá de Azevedo.

Elaborado no LEG - Laboratório de Ensino de Geometria da Universidade Federal Fluminense.

Polígonos Equivalentes Versão 20/03/2010
Possíveis atualizações e extensões desta atividade estarão disponíveis no endereço http://www.uff.br/cdme/.
Site alternativo: http://www.cdme.im-uff.mat.br.
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